O mosquito Aedes aegypti, inicialmente um inseto silvestre, encontrou muita facilidade de sobrevivência no meio urbano. Afinal, as cidades oferecem todo o necessário para o crescimento das populações desse mosquito: abrigo, vegetação, água e sangue.
Essa também é uma espécie com excelente capacidade de adaptação ambiental. Como resultado, instalou-se rapidamente em todas as regiões do Brasil, de forma descontrolada.
Por ser o transmissor do vírus da Dengue, o contato do mosquito com as pessoas provocou a disseminação da doença. Em consequência, epidemias começaram a surgir em diversos municípios, exigindo rápido planejamento e intensa ação dos setores da saúde.
Mas a Dengue não é a única doença que esse mosquito pode causar. Acompanhe este post e saiba quais são as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti:
Dengue
A Dengue é uma doença provocada por um vírus que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. O mosquito se contamina com o vírus quando pica uma pessoa que já estava com a doença.
Portanto, em condições naturais, o mosquito não é portador do vírus da Dengue. Ele se contamina ao picar uma pessoa doente, cujo sangue contém o vírus.
Quando o mosquito infectado, ou seja, portador do vírus em seu próprio organismo pica uma pessoa sadia, poderá contaminá-la. Desse modo, a doença vai sendo propagada pelos vários mosquitos que picaram uma pessoa doente e logo após uma sadia.
Sintomas da doença
O vírus da Dengue pode contaminar uma pessoa e esta não apresentar nenhum sintoma, dependendo da sua condição de saúde. Quando o sistema imunológico (a defesa do corpo) está fortalecido, suas próprias células de defesa destroem o vírus. Desse modo, a doença não progride e a pessoa não manifesta os sintomas.
Por outro lado, em condições menos resistentes, diversos sintomas podem aparecer por efeito da ação do vírus. Dentre os principais, podem ser relacionados:
- febre alta (em torno de 39°C) repentina;
- cefaleia (dor de cabeça) intensa;
- mialgia (dor muscular) intensa;
- artralgia (dor nas articulações);
- dor retro orbital (atrás dos olhos);
- náuseas;
- vômitos;
- manchas vermelhas na pele.
Estes são os sintomas mais comuns. No entanto, assim como pode não haver qualquer manifestação, também podem estar presentes combinações destes sintomas.
De maneira geral, os 3 primeiros (febre alta, dor de cabeça e dor muscular) caracterizam a maioria dos casos de Dengue.
Zika
Essa doença é provocada pelo vírus Zika, que pode ser transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como por outro mosquito, o Aedes albopictus, ambos muito parecidos. Os mecanismos de transmissão pelos mosquitos são os mesmos observados para a Dengue.
Os primeiros casos da doença no Brasil foram notificados no ano de 2015, no Rio Grande do Norte e na Bahia. Além dos mosquitos, a doença pode ser veiculada durante a gestação, passando da gestante para o feto. Nestes casos, pode haver o desenvolvimento de microcefalia e outros casos de má formação no bebê.
Também pode haver transmissão através do ato sexual quando um dos parceiros está contaminado, mesmo se não apresentar os sintomas.
Sintomas da Zika
A Zika pode ou não apresentar sintomas. Sua intensidade costuma ser menor, isto é, os sintomas são mais brandos que na infecção pelo vírus da dengue. Os mais comuns são:
- conjuntivite (inflamação nos olhos);
- coceira pelo corpo;
- manchas vermelhas na pele;
- hipertrofia ganglionar (inchaço nos lados do pescoço);
- febre leve (em torno de 38°C);
- cefaleia (dor de cabeça) moderada;
- mialgia (dor muscular) moderada;
- inchaço nas articulações;
- vômitos;
- tosse.
Os 3 primeiros sintomas são os mais comuns. No entanto, a Zika é uma doença assintomática (sem sintomas) na maioria dos casos. Isso significa que a pessoa pode ter sido portadora do vírus da doença e não saber que passou por essa experiência.
Chikungunya
A Chikungunya é provocada pelo vírus do mesmo nome. Assim como a Zika, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e por seu parente próximo, o Aedes albopictus. Também neste caso, os mecanismos de transmissão são os mesmos observados para as outras doenças veiculadas por estes mosquitos.
A palavra chikungunya significa “aquele que se dobra”, na língua local da Tanzânia, onde foram diagnosticados os primeiros casos, como referência à posição do paciente tomado de dores. No Brasil, a doença surgiu no ano de 2014.
Sintomas da doença
A Chikungunya é muito parecida com a Dengue. No entanto, seus sintomas podem ser ainda mais intensos:
- febre alta (em torno de 39°C) repentina;
- mialgia (dor muscular) intensa;
- artralgia (dor nas articulações) intensa;
- inchaço nas articulações;
- cefaleia (dor de cabeça) moderada;
- conjuntivite (inflamação nos olhos);
- manchas vermelhas na pele;
- náuseas;
- vômitos.
Os 4 primeiros sintomas relacionados são os mais comuns. A Chikungunya se diferencia da Dengue, principalmente por provocar dores muito intensas nas articulações e que persistem, podendo permanecer por semanas, meses e em alguns casos, anos.
Febre Amarela
A Febre Amarela é a quarta doença importante transmitida pelo mosquito Aedes aegypti no meio urbano e pelo mosquito Haemagogus em regiões de matas. Não há registro de infecção natural do Aedes albopictus pelo vírus da Febre Amarela.
Embora seja a mesma doença, existem dois tipos de Febre Amarela: a silvestre, ocorrente em regiões de matas e que acomete principalmente primatas (macacos), e a urbana, que ocorre nas cidades entre os seres humanos. No entanto, quando uma pessoa adentra regiões silvestres, pode ser contaminada por vírus transmitidos pelos mosquitos locais e trazer estes vírus para a cidade.
Sintomas da doença
- febre alta (em torno de 39°C) repentina;
- cefaleia (dor de cabeça) repentina;
- calafrios;
- cansaço;
- dores nas costas;
- mialgia (dor muscular);
- náuseas;
- vômitos
- icterícia (cor amarelada da pele e mucosas que dá nome à doença).
Os 4 primeiros sintomas são os mais comuns. A icterícia, sintoma que gerou o nome da doença, só ocorre em situações mais graves da doença e costuma ser mais rara.
A Febre Amarela é uma doença para a qual existe vacinação. É especialmente importante para pessoas que irão adentrar áreas de florestas ou regiões de ocorrência da doença. Sua aplicação deve se dar cerca de 10 dias antes da possível exposição aos mosquitos, para que ocorra a imunização.
Dicas para prevenir a contaminação
Para as 4 doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, a forma de não se contaminar, essencialmente, é evitar ser picado pelo mosquito.
Com exceção da Febre Amarela, essas doenças não possuem vacina. Desse modo, os principais cuidados residem no controle da população de mosquitos e na redução das possibilidades de exposição. Para isso, as principais dicas são:
- não deixar qualquer recipiente ou estrutura descoberto que possa acumular água;
- manter limpas as calhas do telhado;
- manter limpos os jardins;
- lavar com uma esponja ou bucha o recipiente de água de animais domésticos, pelo menos a cada 3 dias;
- colocar areia nos pratos dos vasos de plantas;
- instalar telas milimétricas nas janelas;
- utilizar mosquiteiro no berço dos bebês;
- orientar a todos em casa, na escola ou no trabalho.
Esses cuidados são especialmente importantes para mulheres grávidas, devido ao grande risco que a exposição ao vírus da Zika pode trazer para o bebê. Além desses cuidados, é importante manter a saúde em dia com uma alimentação saudável, atividades físicas e uma boa ingestão de água.
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